Sabiá lá na gaiola fez um buraquinho...
Sabiá lá na gaiola fez um buraquinho. Voou, voou, voou, voou...
A menina que gostava tanto do bichinho, chorou, chorou, chorou, chorou...
Essa canção antiga me embalava na infância na hora de ir para a cama. A história de um sabiá que resolve ir cantar no abacateiro e uma menina que amava o cantar dele, pôe-se a chorar e a cantar pedindo a volta do bichinho. Mas tinha também uma pequena fábula de um urubu que se afundava em inveja e autocomiseração ao ouvir o cantar de um sabiá. O urubu traiçoeriamente ataca o pobre sabiá que pergunta: "Que mal fiz eu para merecer tamanha ferocidade?" E o urubu responde: "Cantaste e tão divinamente cantaste como nenhum urubu há de jamais cantar".
Meu pai contava essa história sempre com o mesmo entusiasmo, com as palavras bem colocadas, variando a tonalidade da voz, ora demonstrando a indignação do urubu, ora demonstrando sua dissimulação, pausando nos momentos de tensão como um verdadeiro mestre dos suspenses. Eu não me cansava de ouvir essa canção e esse conto e pedia para ele repeti-la por várias e várias vezes. Depois, ele pegava minha mão e fazia uma oração pedindo que Deus me guardasse dos pesadelos. Nem sempre eu falava que estava com medo, mas ele e minha mãe sabiam e se revezavam em dorimir de mãos dadas comigo.
No navegar entre essas fábulas, canções e histórias bíblicas minha mente imaginativa ainda em formação se expandia criando diversos mundos paralelos que espelhavam as palavras, os gestos e o tom de voz que meu pai conferia a seus contos. Com pouquíssima idade, meu pai me familiarizava com sentimentos como saudade, perda, admiração, inveja, misericórida, etc. e despertavam em mim um desejo intenso por conhecimento, história e pela busca do significado e motivação das minhas emoções. Sua criatividade para artes, literatura e desenho, sua aplicação no trabalho e sua compaixão amorosa em servir as pessoas que ele ama apaixonadamente são vistas nas nuances do meu caráter em amor ou menor grau, mas derivam sempre na fonte que eu bebi e bebo sem miséria!
Que grande homem, grande caráter, grande paixão pelos outros. Um dos maiores homens que já pisaram nessa Terra caída. Um alguém que juntou tesouros que não podem ser destruídos e conseguiu concentrar sua mente no que era mais importante ignorando as vozes do sucesso e dos pequenos prazeres.
Obrigado! Eu te amo, pai!
4 de dezembro de 2009 às 05:44
"TAMBÉM POSSO JUNTO COM VOCÊ MANINHO REPETIR ESSAS MESMAS PALAVRAS TÃO LINDAS QUE EXPRESSARAM O GRANDE HOMEM QUE É O NOSSO PAIZINHO!! QUE PRIVILÉGIO SER FILHA DELE E COMO NOSSA INFÂNCIA FOI MARAVILHOSA!! CHEIA DE ALEGRIAS!! SABE, VOCÊ TAMBÉM É UM GRANDE HOMEM, VOCÊ É UM PEDAÇO DELE E HERDOU DELE, ENTRE TANTAS, A MAIOR DE TODAS AS QUALIDADES, "UM HOMEM TEMENTE A DEUS E QUE COM ELE APRENDEU A AMAR, ACIMA DE TODAS AS COISAS, A DEUS"!! ME ORGULHO DE SER FILHA DO FRANCISCO E DE TAMBÉM SER IRMÃ DA LENE, FILHA DA ZELI, E "IRMÃ DO SAMUEL", MEU MANINHO LINDO MARAVILHOSO EM TODOS OS ASPECTOS!! Ô FAMÍLIA GOSOTOSA!!"
11 de dezembro de 2009 às 11:46
"sabiá la na gaiola fez um buraquinho.." Essa cançao realmente nunca vai desaparecer de nossa memoria, nossos pensamentos, nossos sentimentos, ne, Baelzinho? Me lembro tambem de nao dormir sem "segurar sua maozinha, papai"! Ele e maravilhoso e junto com a mae nos encheram de amor e carinho!! Nos criaram com um amor incondicional, sempre nos ensinando o caminho do amor - custe o que custar!! Por isso nos amamos tanto!! Obrigado, Senhor, pela nossa familia linda! Como a Vi ja disse: que familia gostosa!! E bom demais da conta ser filha do Chiquinho e da Zeli, irmã da Vivizinha e do Baelzinho. Amo voces!! "sabiá la na gaiola fez um buraquinho"...